segunda-feira, 17 de julho de 2017

...Um doce filme, amargo veneno...

Tantos dizem que um filme passa em frente aos seus olhos quando a hora chega
Sem minha hora chegar, tantas vezes já vi o filme de minha vida.
Quantas vezes, quantos filmes, quantas vidas ainda verei, ainda terei?
Segue o silêncio, em um sutil flutuar por mares e brisas de imaginação
Onde a realidade, feito uma canção, não pode ser tocada.
E na ilusão, tornando-se real, a dor brande e desnuda o véu
A hora chega, de mais uma vez ver aquele filme, doce ilusão sofrida
Algo que não posso evitar.
Mas quem sabe, desta vez seja apenas mais um filme de uma vida sem propósito?
Pois o propósito que quero não é o mesmo que o destino teima em empurrar em meus braços
Vivo o conflito de largar ou abraçar aquilo que cada vez faz menos sentido
Tantos se perguntam o que é certo ou errado, mas eu apenas quero saber qual será o momento de mais uma vez ver o filme de minha vida.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

...Vai saber...

Em que estrada se encontra o destino?
Passa pelo tempo?
Transcende pela vida?
Submerge na existência?
Ultrapassa a dor?
Busca o conhecimento?
Descobre o bem?
Lançam-se contra o mal?
Aceita sem questionar?
Observa sem interferir?
Suporta sem gritar?
Luta até o fim?
Ou apenas alcança um novo ser?
Compreender a força que todos temos, onde o saber se torna uma arma, onde o viver a esperança. 
Frases incoerentes, momentos de sabedoria, sem saber ou apenas sabendo que tudo ou nada apenas completa a imensidão extravagante de querer forjar suas escolhas e conduzir seu futuro.


segunda-feira, 3 de julho de 2017

...Galo Português...



Este quadro estará em exposição a partir do dia 13 do mês 7, no Museu de Belas Artes.


Para quem se interessar pela lenda:
http://www.dobrarfronteiras.com/lenda-galo-barcelos/ 
Diz a lenda: para inocentar aquele que foi acusado de roubo, este ser mitológico ou lendário, cantou e contra todas as acusações, ergueu-se em defesa daquele que teve fé.

...Fantasma...

Sentado naquela velha cadeira, que de tão antiga tornara-se minha companheira
Ouço o som arrepiante, e de certa forma agradável
O som que se arrasta pelas vidraças e em minha mente toma forma da alma que vai me cobrar
Um fantasma gélido que faz os vidros tremularem
Arrancando aquele brrrr!
E, às vezes, chegando a assustar-me
Este som, esta voz, não sei, às vezes, me confundo, pois parece ameaçar
Como se fosse um ladrão com uma faca ou navalha
Viajo em meus pensamentos, tentando esquecer o mundo que me cerca
Mas, de tempos em tempos, aquilo que não consigo definir
Talvez um som, talvez uma voz, ou quem sabe, um fantasma, torna a trazer-me as velhas lembranças
Tento orar e pedir que vá embora
Mas o vento não permite
Trazendo de volta os velhos natais passados
Será que é imaginação?
Uma terrível ilusão
Ou quem sabe, apenas um aviso, dizendo para tornar meu coração tão frio e fugaz

Quanto o velho e assombroso vento gélido, que vem me visitar.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

...Às vezes tento entender...

É estranho viver em um mundo onde a dor e a vitória acompanham-no como grandes amigas
Suas lágrimas tornam-se a estrada e o único destino leva-o à morte
Cada passo traz consigo a ternura de uma esmagadora solidão
E a culpa o atormenta gentilmente, como se o veneno deixasse um gosto doce em seus lábios
Você implora por forças mesmo ao ver toda escuridão envolvê-lo
A carne triturada já não suporta as tentativas de se mover
Com a mente reduzida a retalhos até o futuro parece dizer adeus
Restando o vazio onde seus gritos se perdem
Neste mundo só restou você
Uma fera cansada demais para lutar
 Vagando entre árvores sem vida
 Desejando que o sono consuma-o e transforme as mentiras em um pesadelo

Pois apenas um momento diferente em sua vida tornou-o fantasma de si mesmo

segunda-feira, 19 de junho de 2017

...Folhas Perdidas...

Lembro-me de você naquele vestido branco
Às vezes, com olhos verdes, e outras, seus olhos da cor do mel
Dançava e sorria
Olhava-me como se eu fosse o único
Vidas e sombras passadas
Escolhas sem escolhas
Mais cem anos a esperar
Um tempo que não sei se voltará
Um dia perceberá a verdade, pois além do amor, ela brilha e nos chama
Talvez, quem sabe, apenas esse tempo foi nos dado para reparar todas aquelas folhas que guardamos como lembranças
É difícil vê-las secarem
E mesmo as que cristalizaram e se tornaram permanentes
Perderam seu brilho
O futuro não me assusta, muito menos o presente
Sei o que me espera
Mais uma vez perseguidos por aquelas feras
Mas dessa vez, não há o pilar de luz para nos salvar
Como me sinto vazio em saber que em forma de luz viajei por eras, tempos, dimensões, espaços
E apenas um não, conseguiu quebrar todas as vezes que alguém em um passado inlembrável disse, não
O que conforta é que, dessa vez, houve escolha
Mesmo sem a coragem de me olhar nos olhos, sendo eles verdes ou mel
Mas essa dor é só minha
Agora fico com aquela lembrança
Vivo com aquela imagem
Entre danças de salão que nunca poderei ter

E o toque que jamais poderei esquecer

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