Nadando em busca de um par
Voando através do destino
Para o futuro alcançar
Bata não parar de nadar
E um dia um lar encontrar
Nadando em busca de um par
Voando através do destino
Para o futuro alcançar
Bata não parar de nadar
E um dia um lar encontrar
Caros amigos que acompanharam a 8a Edição da Exposição Virtual até aqui.
Venho agradecer a todos aqueles que se inspiraram com a arte, aos artistas que se esforçaram e permitiram que este humilde blog pudesse expor seus trabalhos e aqueles que me ajudaram a formatar e alinhar textos e imagens.
E sem mais delongas, deixo como encerrada mais uma Exposição Virtual que nos cativou e apresentou histórias de superação e força de vontade inquebrantável, fazendo desta exposição uma das melhores que já tivemos ao longo dos anos.
Entre muitos artistas que participaram nos anos que já passaram, e outros que se mantém prestigiando a Exposição Virtual, deixamos nossa pequena homenagem com esta foto e algumas de suas obras literárias.
Contemplem um pouco mais do talento e arte desenvolvidos por nossos amigos artistas da APBP!
Certificado da 8ª Edição da Exposição Virtual:
MUITO OBRIGADO!
Feliz natal e um próspero ano novo!
Perseverança e dedicação em cada uma de suas obras, conheçam Thiago Ribeiro Santos.
Meu nome é Thiago Ribeiro Santos. Desde os 8 anos
tetraplégico, pois, após um atropelamento, vim a fraturar as vértebras
conhecidas como C2 e C3.
Foram longos anos de busca, aprendizado, onde sonhava em
conquistar e almejava alcançar meus
sonhos. Primeiro, o sonho deste blog nasceu nas mãos de um amigo chamado
Cássio. Fui escrevendo, relatando meus dias, o que pensava e os poemas que em
meu coração chegavam.
Logo a aventura tornou-se maior, e através do meu amigo Nuno
eu descobri que podia pintar com a boca. Nuno acreditou em mim numa época em
que eu mesmo jamais poderia imaginar aonde chegaria.
Minha professora, Rita de Cássia, já chegou perguntando:
“Quais são seus sonhos?”.
Tolo e ingênuo, sem saber o quão maior poderia ser, me
encontrei sem respostas, mas com um brilho no olhar.
Hoje, realizo sonhos e através da arte, tanto escrita quanto com os pincéis, posso voar e me encontrar nas nuvens de minha própria imaginação.
Como bolsista da APBP, me deleito e me derramo tanto nos
momentos que trabalho na exposição virtual, quanto a cada trabalho que termino.
Vendo que estou crescendo, sinto que estou progredindo.
Pintar é liberdade. Escrever, responsabilidade. Escrevo
sobre o que pinto e pinto sobre o que escrevo. E, pela primeira vez, de todas
as exposições que criei e participei, posso dizer que consigo sorrir neste
mundo que quero colorir.
Texto: Thiago Ribeiro Santos
Ao longo dos anos venho homenageando pintores e grandes profissionais que nos ajudam a realizar estes feitos, mas nunca de maneira direta. Como homenagem, vim falar de nossa querida APBP.
Em 1956 Erich Stegmann, pintor com
a boca, reuniu 8 artistas com deficiência física objetivando obter ofício e
sustento através de seus próprios esforços...
Continue lendo a história no site da APBP.
Já que todo ano compartilho a
história da APBP, deixarei aqui como link, mas gostaria de falar um pouco mais
de minha experiência pessoal.
Fui atropelado em 1995, ficando
tetraplégico e crescer como deficiente trouxe diversos desafios. Acho que um
dos maiores é ter os mesmos sonhos de qualquer ser humano. Casar, ter filhos,
algo que se tornava mais importante conforme cresci, e o medo de não ser alguém
produtivo na sociedade corroía a alma.
Com um sorriso, certa vez, Luciano
Alves contou-me sobre como era estudar artes plásticas. Em longas conversas,
aos poucos abria meus olhos mostrando que eu também poderia lutar e sonhar.
Neste período da história, Rui
Nuno Nunes Fernandes, um dos meus melhores amigos nessa Terra, vinha reforçando
cada palavra e me encorajando a tentar. Um tempo depois, conheci Rita de
Cássia, professora de artes plásticas que me acompanha até hoje, ensinando-me
sobre a vida e a arte, e mostrando que a deficiência não passava de uma
oportunidade para ser maior.
Este foi o caminho inicial, superando
medos e incertezas, dores e descrenças, para poder ter a certeza que poderia
pintar um copo, uma janela ou uma arvore de Natal. Dias de treinamento, as
vezes meses, para fazer um único quadro.
Assim a APBP entrou na minha vida,
como a esperança de um futuro melhor e a salvação em meio à escuridão. Naquele tempo,
decidi fazer a Exposição Virtual, e vi que meu sentimento era compartilhado por
muitos. Pintores com a boca e os pés, artistas de tinta e de fé, de cada
história e a cada arte, emoção e aprendizado. A arte é assim, liberdade para
mim.
Creio que para cada um de nós, ser
um bolsista da APBP significa reconstruir um pedacinho do que foi quebrado,
onde por tantos anos éramos subestimados. Ao dizer isso, sei que muitos se
lembrarão de palavras que diziam que não conseguiríamos, que seríamos um peso
pelo resto da vida. Como se tivesse certeza de que nosso futuro fora quebrado e
jogado fora, como poeira ao vento.
MINHA HOMENAGEM À APBP. “ASSOCIAÇÃO DOS PINTORES COM A BOCA E OS PÉS, FUNDADA POR ERICH STEGMANN, SER ILUMINADO QUE VIU NA ARTE A VIDA DE MUITOS SEREM MUDADAS”.
Sem mais desejando saúde e prosperidade a todos.
Atenciosamente,
Gonçalo Borges.
Mais um de nossos talentos, que a cada ano se aprimora e se supera. Jefferson Maia demonstra a beleza e os encantos de sua arte.
Venho me adaptando com a vida de tetraplégico desde os 23 anos. Hoje, aos 58, continuo aprendendo e buscando sempre mais.
Para mim, o ato de pintar vai muito além de deixar fluir e se perder entre cores e projeções de imagens. Pintar é muito mais, é a expressão da criatividade, do sentimento, da percepção. O que chamamos comumente de inspiração permeia um misto de sensações e, às vezes, devaneios. Nos dá a liberdade de traduzir uma imagem, seja do que se vê ou se imagina à uma cena única, surreal ou abstrato. Como uma representação imagética, o toque singular do autor, seja assinada ou não, algo de única obra, por isso chamada de original.
E como digo sempre que me perguntam ou discorro em uma palestra qualquer, pintar com a boca não interfere no resultado pelo fato de ser mais ou menos difícil para alguns. Pintar com a boca é tão somente uma adaptação pessoal que encontramos em meio à nossa tetraplegia, que nesse caso não nos limita, e sim nos projeta na amplitude de sentimentos e possibilidades.
Eu pinto porque gosto, pelo que vem de dentro, do que tenho de mente e por romantismo chamo de coração.
Sentir o belo e reproduzir num suporte, seja qual for, seja a tela que encontrar nos dá a satisfação de fazer e sentir o resultado de prazer e inquietude, seja no observador ou em nós mesmos. Algo de bem e de bom, singular, pois arte é isso, para mim é vida por ser a tradução dela mesma.
Talento que se define em cores e nos faz transcender a imaginação. Conheçam um pouco de Ivana Bandeira.
Comecei a pintar muito pequena, com menos de dois anos de idade. Nesse período, eu também estava perdendo os movimentos das mãos. Então, tentei, naturalmente, pegar os materiais com a boca. Dessa forma, meus pais perceberam o quê estava acontecendo com minha saúde.
A pintura com a boca esteve presente desde sempre, assim, pintar com a boca é algo intrínseco a minha personalidade. Não consigo imaginar de outra forma.
No entanto, não acredito que seja algo limitante. Pintar com a boca não me faz menos pintora. É apenas o meio que encontrei para poder exprimir a minha originalidade no que exponho em formas de desenho e pintura.
Meios de comunicação para divulgação
Site: www.ivanabandeira.com
Instagram: @isbandeira