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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

...A arte vivida de Katsushika Hokusai...

Katsushika Hokusai nasceu em Edo, atual Tóquio, em 1760. Filho de um artesão, começou a desenhar ainda na infância e, aos 14 anos, tornou-se aprendiz em uma oficina de gravuras. Logo depois, entrou na escola do pintor Katsukawa Shunshō, especialista em retratar atores de teatro kabuki, onde iniciou sua carreira como artista do ukiyo-e, a arte das gravuras em madeira que retratavam cenas do cotidiano, paisagens e figuras populares no Japão.

Autorretrato pintado de Hatsushika Hokusai

Ao longo da vida, Hokusai passou por diferentes fases criativas, marcadas por mudanças de estilo e até de identidade. Mudou de nome artístico mais de trinta vezes, um número incomum mesmo para os padrões da época, como forma de simbolizar renovações em sua obra. O nome pelo qual ficou mais conhecido, “Hokusai”, significa “estúdio da estrela do norte”.

Pesca à luz de tochas na Província Kai, de Oceanos de Sabedoria 

Sua personalidade era excêntrica e inteiramente devotada à arte. Vivia em casas simples e bagunçadas, mudando-se constantemente — dizem que teria se mudado mais de noventa vezes — e muitas vezes se esquecia de se alimentar de tão absorvido que ficava pelo desenho. Essa dedicação intensa o acompanhou até o fim da vida.

Pôr do sol em Isawa na Província Kai

A grande obra de sua carreira surgiu quando já tinha mais de 70 anos: a série “Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji”, criada entre 1830 e 1832. Dela faz parte a famosa gravura A Grande Onda de Kanagawa, que se tornou um ícone mundial. Nessa série, Hokusai transformou o Monte Fuji em um símbolo nacional, ao mesmo tempo em que representava a força da natureza e a fragilidade da vida humana diante dela.

A grande onda de Kanagawa

Hokusai morreu em 1849, aos 89 anos. Sua busca por aperfeiçoamento nunca cessou, e suas últimas palavras resumem seu pensamento mais profundo sobre a arte:

“Se o Céu me desse mais dez anos, ou até cinco, eu poderia me tornar um verdadeiro pintor.” Essa frase revela a essência de sua vida: a convicção de que a arte é um caminho infinito de aprendizado e que a maturidade espiritual e criativa só se alcança com tempo, dedicação e humildade.



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