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Confira um pouco da história do nosso artista:
Nasci na cidade de Campina Grande PB, e com sete meses de
vida vim morar no Rio de Janeiro com meus pais, comecei a trabalhar aos doze
anos de idade como ajudante de mecânico, com dezoito anos fui para o Exército,
e com vinte anos dei baixa no Serviço Militar para seguir uma nova profissão,
seis meses após ter dado baixa no Exército.
Sofri um acidente de moto após reagir a um assalto, e, na
tentativa de fugir dos assaltantes, acabei batendo de frente com a moto no
carro, na saída de uma festa em 19 de Julho de 1993. Na batida, quebrei as
vértebras Cervicais C5 e C6 e vindo a ficar tetraplégico, também quebrei o
Fêmur em dois lugares, tive Traumatismo Craniano sendo socorrido pelos
Bombeiros, fui operado na Cervical e os médicos colocaram uma haste de Titânio
com cinco parafusos para imobilizar as vértebras quebradas, outra haste no
Fêmur com doze parafusos, enxerto ósseo na cabeça por causa do afundamento
Craniano e tive um lado do pulmão paralisado na época.
Nesses vinte e três anos de tetraplegia tive que reaprender
a ver a vida com outros olhos, o que eu tinha aprendido antes, foi tudo perdido
por falta dos movimentos de pernas, braços e principalmente das mãos.
Traineira de Pesca Óleo sobre Tela - 30x40 |
Depois do acidente fiquei dependente da minha mãe e amigos
que fui conhecendo ao longo dos anos, confesso que são poucos amigos, e, desses,
dá para contar nos dedos os que são verdadeiros.
Histórico na pintura com a Boca
O conhecimento da pintura com a boca me foi trazido através
do amigo Jefferson Maia, que já conhecia há alguns anos e me influenciou com
isso.
Jefferson, que é pintor bolsista da Associação de Pintores
com a Boca e os Pés, me convidava para ver ele pintando, para mostrar como era
por várias vezes, e eu resistia por passar a maior parte do tempo deitado pela
dependência constante de ajuda para sair
de casa; com isso fui adiando o encontro.
Mas sempre amante de pintura em tela desde criança, e com
tantas limitações, nunca acreditei que um tetraplégico seria capaz de pintar,
até que finalmente eu pude ver o Jefferson pintando com a boca - confesso que
aí passei a acreditar que tudo é possível quando se tem força de vontade e
coragem para ultrapassar os medos do impossível.
Então tudo mudou em mim. Com esse desejo comprei logo algum
material de pintura pela internet e em 2013 e comecei treinando como
aprendizado na arte, na pintura com a boca. Desde então, tenho me surpreendido
muito comigo mesmo; é muito bom essa autodescoberta, pois, acreditando mais em
mim, sei que posso e preciso aprender muito mais. Quero estudar e me aprofundar
muito mais na pintura e crescer com isso, me fortalecendo como pessoa. Pois,
quando estou pintando, percebo uma sensação de que o meu mundo difícil como
tetraplégico vai se desligando de todo sentimento de dor, preconceito, luta
difícil do dia-a-dia para manter-me com saúde e ganhando leveza colorida. Com
isso, cada vez mais vejo possibilidades surgirem nos meus sonhos de vida.
O melhor é que também percebo que, quando estou
pintando as pessoas me enxergam sem preconceito, "e nesse momento é que me
sinto vitorioso”.
Todos os direitos autorais são reservados à Associação dos Pintores com a Boca e os Pés
Um comentário:
TALENTO COMPROVADO. GD ARTISTA
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