Este ano não espero fogos, mas venho lembrar que ainda continuamos.
Entre incêndios, erupções, alagamentos e outras tragédias, venho dizer que está perto a vitória, pois continuamos a viver.
Enfrentamos um ano como nenhum outro, onde pessoas morreram aos milhares e milhões, onde um ser tão pequeno tirou a liberdade e a paz de todo o mundo.
Deixando tantos sentirem a dor de ser deficiente em suas escolhas e ações, mas também com a oportunidade de olhar para o próximo.
E pensar que o ano que passou abriu os olhos para tantos anos que foram perdidos em cima de uma cama, em olhos que não podiam ver luz, ou na espera de um carinho e atenção.
Neste momento muitos perguntarão do que estou falando, falo daqueles que não podem andar e por isso tem sua liberdade privada, que não podem ouvir, mas continuam lutando para sentir tudo que tanto precisam: carinho.
O que hoje vem sendo sentido por deficientes de todo o mundo, sem prazo ou quarentena.
Ouço desespero, um medo que domina as ruas e os corações, e digo que esse medo e solidão é cotidiano naqueles chamados de deficientes.
Porém aos que podem ver e andar, ouvir e falar, sentir e sonhar, que possam também ter compaixão pois chegou o tempo de reflexão.
A liberdade não é mais importante que o amor e o eu não é mais importante que a solidariedade.
Pois por todo o mundo existem aqueles que mesmo lutando guerras impossíveis ainda amam.
Hoje as pessoas podem sentir como é a rotina de um deficiente, seus medos e sua solidão em lidar com o mundo que apenas vê a perfeição.
Como se a perfeição realmente existisse, pois em cada peito que bate o coração, o amor anseia em habitar.
Neste ano não espero fogos, espero um espetáculo maior, que o amor e a compaixão venham reinar em cada coração.
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