Andava pelas cidades em ruínas em busca de conforto, em
busca de alimento, em busca de um lar ou pelo menos uma alma viva que pudesse
me ver, olhar.
Caminhava por horas, sem destino ou rumo, na cabeça uma
canção, e no peito uma oração.
Eu e minha montaria fiel, Tornado corria mais que meus pensamentos,
parecia voar sob a relva.
E às noites descansávamos perto de uma fogueira, horas,
dias, meses sem ver ninguém e o deserto em minha alma fazia-se presente.
Por tanto tempo andei, por tanto tempo esperei, em um mar de
solidão, apocalipse que encobre minha visão.
Sem tempo para admirar as flores ou o mar, sempre presente a
mim minha arma a proteger do fim.
Pensava em o mais profundo do meu ser, ser o último, o
último de nós.
A esperança que se torna latente faz minha visão procurar um
traço de vida ou alguém a observar.
Mas no fim só a mim restou, sem mais ninguém para confirmar
quem sou.
Vagando assim continuo, continuo a vagar sem nunca encontrar
alguém em meu mundo.
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