segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

...Deserto em Vida...

 


Andava pelas cidades em ruínas em busca de conforto, em busca de alimento, em busca de um lar ou pelo menos uma alma viva que pudesse me ver, olhar.

Caminhava por horas, sem destino ou rumo, na cabeça uma canção, e no peito uma oração.

Eu e minha montaria fiel, Tornado corria mais que meus pensamentos, parecia voar sob a relva.

E às noites descansávamos perto de uma fogueira, horas, dias, meses sem ver ninguém e o deserto em minha alma fazia-se presente.

Por tanto tempo andei, por tanto tempo esperei, em um mar de solidão, apocalipse que encobre minha visão.

Sem tempo para admirar as flores ou o mar, sempre presente a mim minha arma a proteger do fim.

Pensava em o mais profundo do meu ser, ser o último, o último de nós.

A esperança que se torna latente faz minha visão procurar um traço de vida ou alguém a observar.

Mas no fim só a mim restou, sem mais ninguém para confirmar quem sou.

Vagando assim continuo, continuo a vagar sem nunca encontrar alguém em meu mundo.

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