Sempre À Espera de Um Milagre continuo
Vejo o impossível se realizar
Nas letras e nas cores encontro minha liberdade
Sempre À Espera de Um Milagre continuo
Vejo o impossível se realizar
Nas letras e nas cores encontro minha liberdade
Que abra os céus, das estrelas à luz, a iluminar e refletir o mais belo brilho do olhar que lanço a observar
Que a Terra pare, contemplando a imensidão das vidas que agora nascem, das vidas que se vão
O mundo é agora assim, o tempo e a época que beiram ao fim.
Que se abra as águas, nas marés ondas a bailar, lançando o azul que se mistura ao branco e me faz admirar o quão imenso e nada doce se tornou a fúria deste mar
Que abra o fogo se fazendo presente, fazendo-se ascendente e cadente, queimando a tudo que toca, como se pra ele não mais importa se a vida quer existir ou se lágrimas irão sucumbir
Os elementos continuam em fúria, trazendo tormentas e varrendo o caos das tempestades humanas
E as vezes me pergunto, será que continuaremos a existir? Lutar por sonhos e sorrir?
Ou apenas aguardaremos o tempo? Pois se até aqui viemos, chegaremos ou largaremos?
O que diz seu coração, lutará em meio a angústia e a aflição? Ou pedirá paz a caminho da redenção?
Sentado neste banco de praça vejo crianças a brincar
Em meio a balões vermelhos e azuis, uma figura misteriosa em preto e branco sobe escadas imaginárias
E as carrocinhas oferecem guloseimas distribuindo gargalhadas
A aventura não para, pois mesmo sendo levada pela idade, a juventude permanece em mim
Cães passam, e pintores colorem o mundo
O tempo é assim, maravilhoso e cruel, trazendo ao meu olhar a felicidade de observar
Quem me dera outrora, onde não via o mundo cor de rosa e só pensava em andar com sapatos sociais, tivesse a consciência de parar só para admirar a bailarina treinando seus passos no compasso perto a este banco, que agora repouso e descubro o valor da vida
Mas é claro que ainda sonho! O futuro é para todos, não é mesmo?
Então vivo e me divirto, hora ofertando migalhas de pão às aves
E em outras horas ouvindo a melodia do caminhão de sorvete
E mesmo que o ritmo diminua, jamais deixarei a música parar, pois vivo a maior das aventuras, o doce olhar, a visão do amar.
As horas se passam e ao cair da noite volto a lamentar a solidão
Os segundos parecem horas e as horas, anos
E nesse gélido branco no teto do meu quarto
Vejo as lembranças se tornarem cinzas, e o sorriso de outrora se esvair
Entrelaçado as cobertas, sinto frio e ouço a chuva
Agarrado aos travesseiros busco incessantemente o sono que não vem
Ouvindo apenas o tic tac de um grande relógio negro que ressoa ao longo do corredor
Na escuridão não posso ver, mas mesmo assim deslumbro imagens passadas
Momentos que me faziam feliz, momentos outrora perdidosLamentável, neste mundo de sombras não possuo um lugar
Lamentável, neste mundo de trevas ao menos consigo chorar
Sigo solitário mas agora sem buscar algo para amar
Apenas sigo solitário
Apenas sigo.
Esta é a primeira parte do vídeo, onde pinto um quadro para um amigo.
Me esforçando em mais uma obra, fazendo do impossível, possível!