Você não
entende?!
A morte
olhou-me nos olhos
Fria como um
leão
Brandindo
sua foice
Fazendo-a reluzir
E a cada
passo
Abstrato
Verdadeira
Ou filosófica
Entenda como
quiser!
Desejando
Ansiando
Ceifar
Abortar
minha existência
Em meio a
cedros mortos
Sobre a
terra queimada
Caminhava
como um deus
Sorria,
ironicamente
Jurando
Achando
Ou com a
certeza de minha fuga
Mas não pude
Aquela voz
Sempre
aquela voz
Não sei se
vontade, instinto
Ou mera
teimosia
Aquela mesma
voz me lembrava
O juramento
Que jamais
Tendo a
terra sob meus pés
E aquele
tesouro enraizado em mim
Jamais
Deixaria de
erguer
Me levantar
Mesmo que a
dor fosse insuportável
Ainda faria
o que pudesse
Jamais
Nunca mais
Realmente
você não entende!
Não foi só
um sonho
Ou meu
próprio desespero
Mais uma vez
pude vê-la
Mais uma vez
ela olhou diretamente em meus olhos
E tive que
enfrentar
Porque
jamais deixarei de levantar meus punhos
Erguer minha
cabeça
Ou afiar meu
coração
E deixar de
lutar
Ela voltará,
até que um dia não possa ou tenha forças
Para
afrontar seu nefasto desejo
E mais uma
vez dizer: Hoje não!
Não será
neste dia
Assim,
talvez você não entenda!
Mas, até a
próxima vez, que sei que me olhará
Friamente,
com esses olhos prontos a me dilacerar
Olhos de um
leão desejando sangue
Olhos
vermelhos, rajados com tanto ódio
Sem ponto
Vírgula
Ou letras
coerentes
Voltará a
tentar, com um método ainda mais cruel
Sei que
pensas como um mero homem
Criança
Ou macaco
Pode se
colocar entre eu e meu desejo
Só posso
responder
Obrigado por
ensinar-me
Como mais
cruel e ainda assim professor
Como um anjo
que só sabe destruir
Como a morte
Que me força a lutar pela vida
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