Ando fadigado
Esperando o alívio que vem dos céus
As nuvens fugazes insistem a negar sua presença
E os ventos cortam como navalha
A boca está seca, sedenta pelas coisas que busca
A Terra rachada aparenta que jamais voltará a nascer uma
flor sequer
Ando fadigado
Miragens cobrem minha visão, mas sei que são apenas miragens
E o mundo pintado de um amarelo profundo, insiste em rir dos
meus passos
Busco alento, uma sombra que me compreende
Busco alento, a brisa que de encontro ao meu rosto, refresca
a alma
Ando fadigado
Para cima e para baixo, meus pés reclamam da trilha que os
forço a percorrer
Pois nesta longa jornada, os céus derramam sobre mim sua
fúria
Independente da labuta, ando fadigado
Pois neste calor estúpido é o fervor, ignorante se torna o
aquecer do Sol
Ando fadigado, e apenas isso, ando fadigado.
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