domingo, 11 de junho de 2017
Hallelujah – Pentatonix (From A Pentatonix Christmas Special)
Se a dor não passar, lembre-se.
segunda-feira, 5 de junho de 2017
...Ferraria, ferreiro, forja...
Como vidro o
metal se quebrou
Tantos
fragmentos que não pude contar
Talvez a
ausência de batalhas
Talvez o
tempo de paz
Mas ser
feliz para aqueles que brandem a espada
Não passa de
ilusão
Assim,
tornam a forja
Pois o mesmo
martelo que quebra o vidro, forja o aço
Queimando,
aquecendo a ponto do metal tornar-se laranja
Tento, com
todas as forças e a pouca sabedoria, que lutei para ter em mim
Unir
novamente o metal
O martelo
bate
A forja
aquece
As runas que
haviam na espada somem
Tudo ao
zero, tudo do zero
E mesmo com
o maior cuidado que posso ter, ainda me queimo
Espero
pacientemente o metal tomar forma
Aquecendo e
esfriando
Esfriando e
tornando a aquecer
Como
qualquer guerreiro me lembrei
Mesmo assim,
ainda só
Em meu
caminho, em minhas batalhas
Não durará
muito
Pois aqueles
olhos rajados, viram me buscar
Apresso-me a
forjar a única arma que tenho
Reparando
meu coração
E às vezes
sinto que sacrificando, mesmo que seja um pouco, minha alma
Não posso
perder
Não devo
perder
Não vou
perder
Tomo para
mim a responsabilidade
De reforjar
E mais uma
vez ir de encontro
Àqueles
olhos rajados
Não há outro caminho, mais uma vez, serei eu ou
ele.
domingo, 28 de maio de 2017
...Foices...
Você não
entende?!
A morte
olhou-me nos olhos
Fria como um
leão
Brandindo
sua foice
Fazendo-a reluzir
E a cada
passo
Abstrato
Verdadeira
Ou filosófica
Entenda como
quiser!
Desejando
Ansiando
Ceifar
Abortar
minha existência
Em meio a
cedros mortos
Sobre a
terra queimada
Caminhava
como um deus
Sorria,
ironicamente
Jurando
Achando
Ou com a
certeza de minha fuga
Mas não pude
Aquela voz
Sempre
aquela voz
Não sei se
vontade, instinto
Ou mera
teimosia
Aquela mesma
voz me lembrava
O juramento
Que jamais
Tendo a
terra sob meus pés
E aquele
tesouro enraizado em mim
Jamais
Deixaria de
erguer
Me levantar
Mesmo que a
dor fosse insuportável
Ainda faria
o que pudesse
Jamais
Nunca mais
Realmente
você não entende!
Não foi só
um sonho
Ou meu
próprio desespero
Mais uma vez
pude vê-la
Mais uma vez
ela olhou diretamente em meus olhos
E tive que
enfrentar
Porque
jamais deixarei de levantar meus punhos
Erguer minha
cabeça
Ou afiar meu
coração
E deixar de
lutar
Ela voltará,
até que um dia não possa ou tenha forças
Para
afrontar seu nefasto desejo
E mais uma
vez dizer: Hoje não!
Não será
neste dia
Assim,
talvez você não entenda!
Mas, até a
próxima vez, que sei que me olhará
Friamente,
com esses olhos prontos a me dilacerar
Olhos de um
leão desejando sangue
Olhos
vermelhos, rajados com tanto ódio
Sem ponto
Vírgula
Ou letras
coerentes
Voltará a
tentar, com um método ainda mais cruel
Sei que
pensas como um mero homem
Criança
Ou macaco
Pode se
colocar entre eu e meu desejo
Só posso
responder
Obrigado por
ensinar-me
Como mais
cruel e ainda assim professor
Como um anjo
que só sabe destruir
Como a morte
Que me força a lutar pela vida
terça-feira, 9 de maio de 2017
...Enfim a Escuridão me Encontrou...
Enfim a escuridão
me encontrou
Rasgando,
devorando quem sou
Deixando um vazio
que outrora chamei de amor
Sem explicação
Sem razão
Imerso a
esta dor retorno às lagrimas
Meu tesouro
passado
Lembranças perdidas
Estradas de
sombras a tanto esquecidas
Enfim a escuridão
revelou
A miséria de
mais um perdedor
Caído
Dilacerado
Envergonhado
Diante de
sua missão
Não pode
proteger ao menos um coração
O meu
O seu
Derrotado, caminho
sem rumo
Às margens
de um sussurro
Enfim a escuridão
destruiu
Os sonhos
que ardiam em mim
Sem volta
Resta apenas
andar
Ecoando sua
voz fria no ar
Perdido sem
lar
Pois enfim a
escuridão me encontrou
E sorrateira
como a morte minha alma levou
segunda-feira, 8 de maio de 2017
...Superar...
É, pequeno, que vontade de te abraçar e dizer que te amo, que jamais irei embora, pois eu sou sua família, agradecer a sua força e coragem, pois graças a você, Thiaguinho, me tornei quem eu sou hoje. E mesmo com esses olhos tristes e perdidos, pois só nós dois sabemos o que pensávamos, enfrentamos e vencemos toda a dor e agonia. Hoje eu posso dizer, que não nos tornamos uma pessoa diferente, mas crescemos e nos tornamos um, sua força, a minha paciência, sua alegria e o meu caráter. Te amo pra sempre, meu eu mesmo.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
...Pintor tetraplégico se supera no 5º dia em Exposição Virtual...
Demonstrando sua arte, Thiago, tetraplégico desde os 8 anos de idade e artista plástico com a boca da APBP, demonstra seus quadros e um pouco de sua história.
Olhos sobre o Luar - Acrílica sobre Tela - 30x40 |
Água e Sombra fresca - Acrílica sobre Tela - 30x40 |
Diversão em Primavera - Acrílica sobre Tela - 30x40 |
Vou contar um pouco da minha história.
Faltando dois meses para eu completar 9
anos, fui atropelado e fiquei tetraplégico, na época nenhum dos médicos que
cuidavam de mim acreditavam que eu pudesse sobreviver, eu tinha apenas 1% de
chance ou menos, graças a Deus e à minha vó (que não saiu do meu lado um minuto
sequer) venci esta batalha, morei 1 ano
e 4 meses em hospitais em BH onde vivíamos e aonde fui atropelado, como já
mencionei.
Mesmo com toda
dificuldade quero viver e lutar até quando Deus me permitir, pensando em ajudar
todos aqueles que estão passando pelo que eu já passei, escrevi um livro
(Esperança sem Fim), e graças à um amigo, irmão, pude conhecer as artes
plásticas. Hoje estudando e sendo bolsista da APBP, tento alcançar meus sonhos
que não param de nascer.
Apenas quero aproveitar a
oportunidade para agradecer a vida, por me ensinar que posso alcançar os meus
sonhos sendo justo, sendo forte, agradecer a todos que me acompanharam, graças
a vocês sou o que sou, graças a vocês posso ser quem quero ser, agradecer acima
de tudo à Deus, apenas nosso coração e nossa mente consegue alcançar todo
ensinamento, superar toda a dor, elevar, transcender, transformar barreiras em
um grande sonho, de ser vivido.
Todos os direitos autorais são reservados à Associação dos Pintores com a Boca e os Pés
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Álbum Pinturas e Exposições,
Exposição Virtual
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
...Um grande artista apresenta-se no 4º dia da 2ª Edição da Exposição Virtual, Márcio Alcântara, pintor com a boca da APBP...
Seu Dorval Acrílica sobre Tela - 30x40 |
Natureza Morta - Acrílica sobre Tela - 30x40 |
Confira um pouco da história do nosso artista:
Nasci na cidade de Campina Grande PB, e com sete meses de
vida vim morar no Rio de Janeiro com meus pais, comecei a trabalhar aos doze
anos de idade como ajudante de mecânico, com dezoito anos fui para o Exército,
e com vinte anos dei baixa no Serviço Militar para seguir uma nova profissão,
seis meses após ter dado baixa no Exército.
Sofri um acidente de moto após reagir a um assalto, e, na
tentativa de fugir dos assaltantes, acabei batendo de frente com a moto no
carro, na saída de uma festa em 19 de Julho de 1993. Na batida, quebrei as
vértebras Cervicais C5 e C6 e vindo a ficar tetraplégico, também quebrei o
Fêmur em dois lugares, tive Traumatismo Craniano sendo socorrido pelos
Bombeiros, fui operado na Cervical e os médicos colocaram uma haste de Titânio
com cinco parafusos para imobilizar as vértebras quebradas, outra haste no
Fêmur com doze parafusos, enxerto ósseo na cabeça por causa do afundamento
Craniano e tive um lado do pulmão paralisado na época.
Nesses vinte e três anos de tetraplegia tive que reaprender
a ver a vida com outros olhos, o que eu tinha aprendido antes, foi tudo perdido
por falta dos movimentos de pernas, braços e principalmente das mãos.
Traineira de Pesca Óleo sobre Tela - 30x40 |
Depois do acidente fiquei dependente da minha mãe e amigos
que fui conhecendo ao longo dos anos, confesso que são poucos amigos, e, desses,
dá para contar nos dedos os que são verdadeiros.
Histórico na pintura com a Boca
O conhecimento da pintura com a boca me foi trazido através
do amigo Jefferson Maia, que já conhecia há alguns anos e me influenciou com
isso.
Jefferson, que é pintor bolsista da Associação de Pintores
com a Boca e os Pés, me convidava para ver ele pintando, para mostrar como era
por várias vezes, e eu resistia por passar a maior parte do tempo deitado pela
dependência constante de ajuda para sair
de casa; com isso fui adiando o encontro.
Mas sempre amante de pintura em tela desde criança, e com
tantas limitações, nunca acreditei que um tetraplégico seria capaz de pintar,
até que finalmente eu pude ver o Jefferson pintando com a boca - confesso que
aí passei a acreditar que tudo é possível quando se tem força de vontade e
coragem para ultrapassar os medos do impossível.
Então tudo mudou em mim. Com esse desejo comprei logo algum
material de pintura pela internet e em 2013 e comecei treinando como
aprendizado na arte, na pintura com a boca. Desde então, tenho me surpreendido
muito comigo mesmo; é muito bom essa autodescoberta, pois, acreditando mais em
mim, sei que posso e preciso aprender muito mais. Quero estudar e me aprofundar
muito mais na pintura e crescer com isso, me fortalecendo como pessoa. Pois,
quando estou pintando, percebo uma sensação de que o meu mundo difícil como
tetraplégico vai se desligando de todo sentimento de dor, preconceito, luta
difícil do dia-a-dia para manter-me com saúde e ganhando leveza colorida. Com
isso, cada vez mais vejo possibilidades surgirem nos meus sonhos de vida.
O melhor é que também percebo que, quando estou
pintando as pessoas me enxergam sem preconceito, "e nesse momento é que me
sinto vitorioso”.
Todos os direitos autorais são reservados à Associação dos Pintores com a Boca e os Pés
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