sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

...Danielle Souza inaugurando a 8ª Edição da Exposição Virtual...

Mais uma vez, Danielle empresta seu talento e sua fantástica história à nossa humilde Exposição Virtual. Conheçam esta bela guerreira que torna o impossível possível através de sua arte.

Um pouco de mim

Meu nome é Danielle Souza, nasci no estado do Rio de Janeiro e moro no bairro Rocinha. Estou tetraplégica desde 2003, vítima de um disparo de arma de fogo no dia 25 de dezembro. Fui atingida no pescoço, ficando tetraplégica com classificação ASIA A, nível sensitivo C4 bilateral, nível motor C3. Na época eu tinha 19 anos de idade.

Fiquei internada no hospital Miguel Couto no Rio de Janeiro durante três meses no CTI e desenganada pelos médicos tive escaras pelo corpo. Os médicos falavam que não iria sobreviver, mas a última palavra vem de Deus. Depois que acordei na enfermaria, me dei conta de que tinha perdido todos os movimentos do corpo, fiquei tetraplégica e meu mundo caiu.

Estava num mundo diferente que eu não conhecia. Quando recebi alta do hospital, veio o desespero porque morávamos no alto do Morro e com muitas escadas pra subir. Não tínhamos nos dado conta de que minha casa era muito pequena e estreita, não tínhamos condições ou recursos. Os médicos vendo a situação de desespero da minha mãe me encaminharam para um hospital em Engenho de Dentro, onde fiquei em adaptação à minha nova realidade.

Nesse novo hospital, tive alta após um ano e fui para casa, com minhas limitações e falta de perspectiva. Com o tempo, alugamos uma quitinete pequena com melhor acesso, mas ainda tendo escadas pra entrar em casa. Mesmo assim continuei enfrentando minhas lutas, permaneci em casa durante dois anos em depressão sem expectativas e só pensava em morrer.

Então Deus abriu uma porta, recebi a oportunidade de ser tratada na instituição de reabilitação ABBR. Foi onde dei início aos aprendizados em relação às minhas limitações e adaptações.


A arte surgiu em minha vida quando fiz Oficina Terapêutica de Arte na ABBR. Conheci o artista Luciano Alves que pintava com a boca e ele me incentivou a pintar também. Após todo o processo exigido, consegui entrar para a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés. A partir daí, Deus começou a agir em minha vida. Desde 2009 me tornei bolsista da associação.

Depois que comecei a pintar com a boca, não parei. Participei de eventos, exposições, pinturas ao vivo e também tive quadros selecionados para cartões da APBP.

Mesmo com as limitações, em meu mundo e em minhas pinturas posso almejar e sonhar com uma vida melhor em ter finalmente minha casa.


Eu gosto de pintar flores e paisagens! A vida é a arte de pintar e sentir nossa própria história. Somos riscos, rabiscos, traços, curvas e cores que fazem da nossa vida uma verdadeira obra de arte!


Exposições anteriores do artista:



Todos os direitos autorais são reservados para a Associação de Pintores com a Boca e os Pés: www.apbp.com.br








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