Mais um de nossos talentos, que a cada ano se aprimora e se supera. Jefferson Maia demonstra a beleza e os encantos de sua arte.
Venho me adaptando com a vida de tetraplégico desde os 23 anos. Hoje, aos 58, continuo aprendendo e buscando sempre mais.
Para mim, o ato de pintar vai muito além de deixar fluir e se perder entre cores e projeções de imagens. Pintar é muito mais, é a expressão da criatividade, do sentimento, da percepção. O que chamamos comumente de inspiração permeia um misto de sensações e, às vezes, devaneios. Nos dá a liberdade de traduzir uma imagem, seja do que se vê ou se imagina à uma cena única, surreal ou abstrato. Como uma representação imagética, o toque singular do autor, seja assinada ou não, algo de única obra, por isso chamada de original.
E como digo sempre que me perguntam ou discorro em uma palestra qualquer, pintar com a boca não interfere no resultado pelo fato de ser mais ou menos difícil para alguns. Pintar com a boca é tão somente uma adaptação pessoal que encontramos em meio à nossa tetraplegia, que nesse caso não nos limita, e sim nos projeta na amplitude de sentimentos e possibilidades.
Eu pinto porque gosto, pelo que vem de dentro, do que tenho de mente e por romantismo chamo de coração.
Sentir o belo e reproduzir num suporte, seja qual for, seja a tela que encontrar nos dá a satisfação de fazer e sentir o resultado de prazer e inquietude, seja no observador ou em nós mesmos. Algo de bem e de bom, singular, pois arte é isso, para mim é vida por ser a tradução dela mesma.
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