Este quadro estará em exposição a partir do dia 13 do mês 7, no Museu de Belas Artes. Para quem se interessar pela lenda: http://www.dobrarfronteiras.com/lenda-galo-barcelos/ |
segunda-feira, 3 de julho de 2017
...Galo Português...
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Álbum Pinturas e Exposições
...Fantasma...
Sentado naquela velha cadeira, que de tão antiga tornara-se
minha companheira
Ouço o som arrepiante, e de certa forma agradável
O som que se arrasta pelas vidraças e em minha mente toma
forma da alma que vai me cobrar
Um fantasma gélido que faz os vidros tremularem
Arrancando aquele brrrr!
E, às vezes, chegando a assustar-me
Este som, esta voz, não sei, às vezes, me confundo, pois
parece ameaçar
Como se fosse um ladrão com uma faca ou navalha
Viajo em meus pensamentos, tentando esquecer o mundo que me cerca
Mas, de tempos em tempos, aquilo que não consigo definir
Talvez um som, talvez uma voz, ou quem sabe, um fantasma,
torna a trazer-me as velhas lembranças
Tento orar e pedir que vá embora
Mas o vento não permite
Trazendo de volta os velhos natais passados
Será que é imaginação?
Uma terrível ilusão
Ou quem sabe, apenas um aviso, dizendo para tornar meu
coração tão frio e fugaz
Quanto o velho e assombroso vento gélido, que vem me
visitar.
segunda-feira, 26 de junho de 2017
...Às vezes tento entender...
É estranho viver em um mundo onde a dor e a vitória
acompanham-no como grandes amigas
Suas lágrimas tornam-se a estrada e o único destino leva-o à
morte
Cada passo traz consigo a ternura de uma esmagadora solidão
E a culpa o atormenta gentilmente, como se o veneno deixasse
um gosto doce em seus lábios
Você implora por forças mesmo ao ver toda escuridão envolvê-lo
A carne triturada já não suporta as tentativas de se mover
Com a mente reduzida a retalhos até o futuro parece dizer
adeus
Restando o vazio onde seus gritos se perdem
Neste mundo só restou você
Uma fera cansada demais para lutar
Vagando entre árvores
sem vida
Desejando que o sono
consuma-o e transforme as mentiras em um pesadelo
Pois apenas um momento diferente em sua vida tornou-o
fantasma de si mesmo
segunda-feira, 19 de junho de 2017
...Folhas Perdidas...
Lembro-me de
você naquele vestido branco
Às vezes,
com olhos verdes, e outras, seus olhos da cor do mel
Dançava e
sorria
Olhava-me
como se eu fosse o único
Vidas e
sombras passadas
Escolhas sem
escolhas
Mais cem
anos a esperar
Um tempo que
não sei se voltará
Um dia
perceberá a verdade, pois além do amor, ela brilha e nos chama
Talvez, quem
sabe, apenas esse tempo foi nos dado para reparar todas aquelas folhas que
guardamos como lembranças
É difícil
vê-las secarem
E mesmo as
que cristalizaram e se tornaram permanentes
Perderam seu
brilho
O futuro não
me assusta, muito menos o presente
Sei o que me
espera
Mais uma vez
perseguidos por aquelas feras
Mas dessa
vez, não há o pilar de luz para nos salvar
Como me
sinto vazio em saber que em forma de luz viajei por eras, tempos, dimensões,
espaços
E apenas um
não, conseguiu quebrar todas as vezes que alguém em um passado inlembrável
disse, não
O que
conforta é que, dessa vez, houve escolha
Mesmo sem a
coragem de me olhar nos olhos, sendo eles verdes ou mel
Mas essa dor
é só minha
Agora fico
com aquela lembrança
Vivo com
aquela imagem
Entre danças
de salão que nunca poderei ter
E o toque
que jamais poderei esquecer
domingo, 11 de junho de 2017
Hallelujah – Pentatonix (From A Pentatonix Christmas Special)
Se a dor não passar, lembre-se.
segunda-feira, 5 de junho de 2017
...Ferraria, ferreiro, forja...
Como vidro o
metal se quebrou
Tantos
fragmentos que não pude contar
Talvez a
ausência de batalhas
Talvez o
tempo de paz
Mas ser
feliz para aqueles que brandem a espada
Não passa de
ilusão
Assim,
tornam a forja
Pois o mesmo
martelo que quebra o vidro, forja o aço
Queimando,
aquecendo a ponto do metal tornar-se laranja
Tento, com
todas as forças e a pouca sabedoria, que lutei para ter em mim
Unir
novamente o metal
O martelo
bate
A forja
aquece
As runas que
haviam na espada somem
Tudo ao
zero, tudo do zero
E mesmo com
o maior cuidado que posso ter, ainda me queimo
Espero
pacientemente o metal tomar forma
Aquecendo e
esfriando
Esfriando e
tornando a aquecer
Como
qualquer guerreiro me lembrei
Mesmo assim,
ainda só
Em meu
caminho, em minhas batalhas
Não durará
muito
Pois aqueles
olhos rajados, viram me buscar
Apresso-me a
forjar a única arma que tenho
Reparando
meu coração
E às vezes
sinto que sacrificando, mesmo que seja um pouco, minha alma
Não posso
perder
Não devo
perder
Não vou
perder
Tomo para
mim a responsabilidade
De reforjar
E mais uma
vez ir de encontro
Àqueles
olhos rajados
Não há outro caminho, mais uma vez, serei eu ou
ele.
domingo, 28 de maio de 2017
...Foices...
Você não
entende?!
A morte
olhou-me nos olhos
Fria como um
leão
Brandindo
sua foice
Fazendo-a reluzir
E a cada
passo
Abstrato
Verdadeira
Ou filosófica
Entenda como
quiser!
Desejando
Ansiando
Ceifar
Abortar
minha existência
Em meio a
cedros mortos
Sobre a
terra queimada
Caminhava
como um deus
Sorria,
ironicamente
Jurando
Achando
Ou com a
certeza de minha fuga
Mas não pude
Aquela voz
Sempre
aquela voz
Não sei se
vontade, instinto
Ou mera
teimosia
Aquela mesma
voz me lembrava
O juramento
Que jamais
Tendo a
terra sob meus pés
E aquele
tesouro enraizado em mim
Jamais
Deixaria de
erguer
Me levantar
Mesmo que a
dor fosse insuportável
Ainda faria
o que pudesse
Jamais
Nunca mais
Realmente
você não entende!
Não foi só
um sonho
Ou meu
próprio desespero
Mais uma vez
pude vê-la
Mais uma vez
ela olhou diretamente em meus olhos
E tive que
enfrentar
Porque
jamais deixarei de levantar meus punhos
Erguer minha
cabeça
Ou afiar meu
coração
E deixar de
lutar
Ela voltará,
até que um dia não possa ou tenha forças
Para
afrontar seu nefasto desejo
E mais uma
vez dizer: Hoje não!
Não será
neste dia
Assim,
talvez você não entenda!
Mas, até a
próxima vez, que sei que me olhará
Friamente,
com esses olhos prontos a me dilacerar
Olhos de um
leão desejando sangue
Olhos
vermelhos, rajados com tanto ódio
Sem ponto
Vírgula
Ou letras
coerentes
Voltará a
tentar, com um método ainda mais cruel
Sei que
pensas como um mero homem
Criança
Ou macaco
Pode se
colocar entre eu e meu desejo
Só posso
responder
Obrigado por
ensinar-me
Como mais
cruel e ainda assim professor
Como um anjo
que só sabe destruir
Como a morte
Que me força a lutar pela vida
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