segunda-feira, 1 de novembro de 2021

...Entre Sonhar e Viver...


Feche os olhos, aos poucos a luz vai se apagando, e em minha mente, um grande luar nascendo

Na terra de Morpheus o iluminar é cálido, e as imagens cheias de significativos

Vejo a dama do lago a entregar a dádiva ao lendário Arthur

Vejo o cisne que chorava antes de levantar voo

Vejo as notas musicais ou ouço as cores do ressoar do sino

Neste reino de contos e ilusões, onde tudo se torna possível, descanso e me sinto livre

Voando pelo céu ou nadando com golfinhos. A vida traz um grande presente que é viver e tornar a fantasia realidade, e a realidade, uma doce fantasia que escorre pelos dedos

Entre castelos de cartas e dragões cor de púrpura, posso planar em nuvens, ou simplesmente adormecer de encontro ao que chamo de mundo real

Assim sonho, assim realizo

Entre sonhos e descanso, e na realidade me canso

Trazendo o que almejo ao palpável, e levando o que desprezo a se tornar poeira após fechar os olhos.

 

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

...Praguejando...

Escuto os sussurros que vem da floresta, ouço os passos ao meu redor, mas mesmo me esforçando não vejo ninguém.

As cores de uma manhã ensolarada se perderam, os sons dos risos e cantos dos pássaros há muito tornaram-se uma marcha fúnebre, que ao longe parece fazer a introdução do meu desespero.

Sinto frio e fome, não consigo mais lembrar de onde vim, perdido em uma noite que dura, hiperdura por mais tempo que posso contar, meus olhos cheios de lágrimas e inquietos visam sombras por toda parte.


Os vultos parecem caçoar, misturando suas gargalhadas ao sons das folhas das árvores se agitando ao vento.

A terra está úmida, mas eu não andava calçado, na realidade nem recordo-me de um dia ter dado laços em botas ou algo assim.

Continuo a caminhar, soluçando e praguejando, não vejo a frente e nem o que passou, apenas continuo a caminhar.

Comigo apenas o som dos corvos, que por mais que assustem, me dão a segurança de não estar sozinho. Continuo a temer, viver ou sobreviver.

Ao longe vejo uma casa, uma pequena chopana de madeiras podres, sem janelas, com sua porta apenas escorada, e sem mais nem menos, um grito gela a minha alma.

Insistentemente olho, insistentemente escuto, mas não sei, apenas desconfio de minha própria sombra e continuo a caminhar perdido e sem pedir ajuda.

Aqueles olhos, brilhando na escuridão, parece estar com fome, parece estar sedento.

Um rosto que flutua, trajando trapos negros mais escuros que o escuro, o rosto que flutua e me olha com olhos incandescentes. Insisto em correr, temendo, querendo sobreviver.

Mas nesta noite as bruxas voam, e os morcegos apenas buscam meu sangue.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

...Perdido Neste Bosque...

 Como refletir as perguntas no meu coração, botando-as a frente do espelho e meditando na minha própria voz interior. O tempo me corrói, trazendo lembranças que gostaria de reviver, deixando sonhos tão longe de serem alcançados, mas sigo a confiar, orando ao amor que há em mim, pois continuo a lutar pelo que acho certo, que é viver e sonhar.

Pergunto-me quando as ilusões irão acabar dispersando a dor para que então e enfim possa atravessar o mar.


Pergunto-me das migalhas de pão que pelo caminho deixei para que soubesse voltar ao meu lar, mas tanto andei que me perdi, e tanto me arrisquei que agora nem sei como mais me encontrar.

Tranquilo continuo a andar, pois o desespero não traz nada de bom, e continuo a ouvir a chuva e sentir o frescor do vento.

Ainda há tempo?

Apenas sei que por mais que deixei neste mundo que não reconheço, continuo a buscar.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

...Que Venham os Inimigos...

Ao fechar os olhos posso ver as águas calmas e prateadas
O vermelho do sangue tenta tomar tudo
Meu espírito e coração
Minha mente e sonhos
Mas que eles venham
Que venham os inimigos.




segunda-feira, 4 de outubro de 2021

...Loucura e Sabedoria, Visão de um Gato...

Com um sorriso largo e olhos vibrantes capaz de penetrar a alma e enxergar o destino, apenas um louco as vezes um pouco deslumbra o amanhecer da sabedoria, pois o sábio apenas sabe que nada sabe, e um louco não sabe que sabe sobre saber.

Guiando a inocência em um olhar malicioso, tratando de igual para igual neste mundo tão desigual.

Ser assim, um conto impondo o crescer do ser, o desenvolver da própria loucura ou imaginação, que nesta canção bate meu coração.

Te acompanharei até o fim, mas tornarei deste fim um começo, onde ao regressar a teu mundo saberá que eu a conheço. A observei por muitos anos, e sim cara Alice, você é tão louca que pôde enxergar a sanidade por trás deste conto de fadas.

Mas não quero ser entendido, muito menos compreendido, afinal um gato eu sou, e o que poderia saber um felino, sobre o amor ou o horror de ter a cabeça separada do corpo.

Apenas estou aqui e a observo, se precisar de um conselho é só pedir, pois agora sabe crescer e diminuir.

A resposta sempre estará nos lados do cogumelo.


Texto e obra feitos pelo artista Thiago Ribeiro Santos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

...A Visão de um Guerreiro...

Vejo o campo de batalha de cima, em meio às colinas que agora estão amareladas pelo chegar do inverno. 

Carrego comigo minha espada e observo ao longe os exércitos inimigos a se mover.

Entre guerreiros humanos e feras fantásticas, há muitas descritas nas mitologias, venho a temer o desafio.

Rugidos, guinchos, cascos a bater contra as rochas. O azul do céu logo se torna escuro, pois como os gritos mais gélidos que se apresentam na escuridão, a batalha será ao cair do manto da noite.

Preparo-me para mais uma feroz batalha, talvez a última.

Meu corpo surrado, calejado de tantas e tantas investidas contra a minha vida, representa suas cicatrizes como medalhas de dor e de desespero.

Apenas não posso desistir, apenas não devo recuar.


Tambores e o som errante que mais parecem uma canção fúnebre, misturam-se ao ar gelado que me faz arrepiar da cabeça aos pés.

Ao meu lado velhos companheiros, há aqueles que outrora me traíram, há aqueles que muito se sacrificaram, pois agora a batalha não é mais por ideais cretinos, mas sim da vida contra a morte.

Tento limpar minha mente, estar calmo em meio a um tormento. E agora a lua começa a despontar no horizonte.

Seu brilho branco torna tudo gélido, como se a esperança estivesse em fuga para lugares ensolarados.

Desembainho minha espada e grito como um leão, botando-me a correr, com sangue a transbordar da raiva que emana em meus olhos.

Relâmpagos prateados e o bater do som de metal contra metal fazem a melodia da noite de vingança.

Um, dois, três corpos caindo ao chão sem vida, não consigo ver se são amigos ou inimigos.

A insanidade continua até apenas sobrar um dos dois lados, um dos dois ideais.

Mais uma vez preso em uma guerra sangrenta, e agora apenas utilizando o resto das minhas forças humanas.

Dos cadáveres dos inimigos brotam sombras, vultos que acusam, espíritos que atormentam.

Continuo a lutar, transcendendo a tudo que entendo como milagres.

Submerso em gritos de dor e risos de loucura.

Assim o reflexo nos olhos do assassino brilha em tons quentes.

Gigantesca foi a jornada até aqui, inúmeras destruições, catástrofes e batalhas percorri.

Vendo aos que amo caírem, vendo aos covardes fugirem.

Apenas continuam aqueles que querem sobreviver, e que tratam a vida como seu maior e mais precioso tesouro.

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

...Jardim do Luar...

 

Olho através do manto do luar

A luz em seu resplendor vem me banhar

Me leva a pensar, me leva a sonhar

Em um dia poder realizar 

Doce luar que se levanta e ilumina este jardim secreto

Traz vida e cores ao azul da noite

Tornando as trevas um profundo mergulhar em minha própria alma

Sonho em estar, sonho em voar pelo JARDIM DO LUAR 


Texto e obra feitos pelo artista Thiago Ribeiro Santos.

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